“Serve para muita gente entender melhor o autismo e suas diversas manifestações”, discursa Maurício de Sousa no Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos sobre André, personagem da Turma da Monica.
O consagrado cartunista falava sobre o garoto, que nas histórias da turma, é autista. Ele foi criado em 2003 para embasar uma campanha da Associação dos Amigos dos Autistas (AMA), aparecendo pela primeira vez no gibi “Um amiguinho diferente“.
André é apresentado por Magali, que primeiramente faz amizade com a irmã do personagem, Lucila, que conta à turma que seu irmãozinho é autista.
Ainda que não seja recorrente nos gibis da Turma da Monica, o personagem foi essencial nas campanhas de inclusão social e ajudou muitas famílias, e crianças, a compreender sem preconceitos o Transtorno do Espectro Autista.
Para Maurício de Sousa, o desenvolvimento de um personagem tão complexo exige cuidado para que este não caia no terreno do esteriótipo e da superficialidade.
“No entanto, temos todo cuidado quando resolvemos abordar temas mais complexos. Procuramos sempre pesquisar e procurar técnicos no assunto para não passarmos informações erradas. Por isso a recepção das crianças e educadores é sempre positiva”, diz.
Maurício de Sousa e André
Quem lê os gibis da Turma sabe que as duas protagonistas das histórias, Monica e Magali, são inspiradas nas filhas do cartunista.
De igual modo, André teria sido inspirado por um sobrinho-neto de Maurício, o que não surpreendeu os fãs.
Mas, enganou-se quem achava que isto era verdade.
Maurício logo veio a público para desmentir a informação.
Portanto, André, na verdade, nasceu a partir de uma conversa do cartunista com especialistas em autismo, além de pesquisas que o autor fez sobre o tema.
O personagem apareceu em diversos outros gibis além de “Um amiguinho diferente”, como por exemplo a campanha “Saiba Mais”, que promove inclusão social.
Inclusão nunca é demais
Outros personagens que possuem algum tipo de deficiência ou limitação integraram a história “Saiba Mais” ao lado de André.
Sobre a decisão de inserir esses personagens nos gibis, Maurício de Sousa diz que trata-se de uma necessidade ensinar a garotada a entender e lidar com mais simplicidade com as diferenças. “A Turma da Mônica é um grupo de personagens que vivem e agem como crianças normais. Como nossos filhos ou conhecidos. E todos nós temos amigos com algum tipo de deficiência. Num convívio harmônico e dinâmico. Aprendemos as regras da inclusão aí.”
“Consequentemente não poderíamos deixar de apresentar, no universo dos nossos personagens, amiguinhos da turma que também tivessem necessidades especiais. Até acho que demorei muito para perceber esse vazio nas nossas histórias”, conclui.
Fonte: Razoes Para Acreditar