O engenheiro de software do Google, Lucas Radaelli, recebeu de um amigo que está prestes a se casar um convite em Braille.
Christopher achava mais do que justo enviar o convite do seu casamento para Lucas, que não enxerga, como fez com todos os outros convidados.
Para isso, ele precisou traduzir o convite em um site que faz tradução de textos para o Braille. Christopher, então, imprimiu a imagem de como o convite deveria ficar e, com um martelo e um prego, perfurou as bolinhas.
Havia algumas bolinhas mais saltadas dos que as outras, mas nada que atrapalhasse Lucas. Nem passava pela sua cabeça que Christopher tinha feito o convite com as próprias mãos.
“Liguei pra agradecer o convite, confirmar que ia, e confirmar quem tinha escrito pra ele. ‘Eu escrevi. Usando um martelo e um prego’”, escreveu Lucas em um post na sua conta pessoal do Twitter. “Essa é a forma mais ineficiente de escrever braille. Essa é a forma mais maneira que alguém já escreveu algo para mim”, completou.
Lucas disse em conversa com o Razões para Acreditar que ficou tocado com o esforço de Christopher: “Esse gesto mexeu demais comigo, muito”.
A amizade
Típico de uma amizade que não começou ontem. Lucas e Christopher se conheceram no 8º ano do ensino fundamental, em Cascavel, Paraná. Depois, cursaram juntos a faculdade de ciências da computação, em Curitiba.
“A gente estudava junto. Eu tinha mais facilidade com matemática, então eu o ajudava com álgebra e matemática discreta. Ele lia pra mim livros da faculdade que eu não tinha acesso em Braille ou em formato digital”, lembra Lucas.
“Então, a gente foi ficando cada vez mais amigo. Nos encontrávamos na aula, mas também depois pra tocar guitarra, assistir anime. O Chris leu a legenda de pelo menos 200 episódios de Bleach pra mim.”
O engenheiro de software lembra também do dia em que Christopher ajudou a socorrer seu cão-guia. O cachorro tinha cortado a patinha: “Era sangue pra todo lado. Nunca vou me esquecer”. Os dois levaram o labrador a um veterinário que ficava a duas quadras do lugar onde estavam.
“Eu carregava ele alguns metros, e tinha que parar. O Chris carregava ele mais um tanto. O nosso braço tremia, aquele desespero. Mas o Chris ajudou a levar meu parceiro, e hoje ele está super bem”, afirma Lucas.
Fonte: Razoes Para Acreditar