O menino Lucas, 11 anos, vende tamboretes para ajudar a mãe com as despesas de casa. Morador de Alagoa Grande, no brejo da Paraíba, Lucas vende tamboretes duas vezes por semana, na parte da manhã, antes de ir para a escola.
Você pode ajudar através da vaquinha criada para a família de Lucas AQUI
Ele sai de casa bem cedo com a esperança de voltar com alguns trocados para a mãe, dona Sônia. O bolsa-família é a única renda fixa da dona de casa. Por isso, Sônia vende produtos de limpeza (água sanitária e desinfetante) no quintal de casa. Mesmo assim, o dinheiro que entra todo mês é escasso: mal dá pra sustentar os três filhos e o marido, Severino, desempregado no momento.
O dinheiro que Lucas ganha vendendo tamboretes também é pouco: porém, sem ele, a realidade da família seria mais dura do que ela já é. Lucas sabe que as coisas não andam boas e, por isso, ficou arrasado quando, na sexta-feira passada, 26, um assaltante roubou o dinheiro dos tamboretes que ele vendeu naquele dia com muito custo: cerca de 40 reais.
“O pai do Lucas está desempregado. Como dona de casa, eu faço revenda de produtos de limpeza. Desde pequeno o Lucas já queria ir pra feira, carregar o carrinho das pessoas. Sempre foi assim, um trabalhadorzinho, mostrando já que vai ser um homem”, disse dona Sônia em conversa com a redação do Razões. Assista o vídeo que viralizou do menino contando o que aconteceu:
Um ajudando o outro
Uma vizinha, tão humilde quanto a família de Lucas, produz os tamboretes que o garoto vende nas ruas do Centro de Alagoa Grande. Lucas fica com uma pequena porcentagem do lucro, variando de acordo com a quantidade de tamboretes que ele vende. É pouco, porém, ali, as coisas funcionam desse jeito: é um ajudando o outro como pode! Pois a realidade é uma só: de muita necessidade.

A boa notícia é que quem está de fora reconhece a batalha diária de pessoas tão humildes como Lucas, Sônia e a vizinha. Foi o caso do jornalista Gustavo Chaves, que soube (lamentou muito!) da história do roubo e decidiu ajudar. Sônia contou em detalhes como tudo aconteceu.
“Ele saiu na sexta-feira pela manhã, como ele faz toda sexta. E aconteceu isso: o indivíduo se aproximou dele, perguntou se ele tinha troco para 50 reais. Na inocência de criança, ele disse que ‘sim’, colocou os 40 reais pra fora, e o assaltante puxou com tudo, saindo correndo com a moto”, lamenta Sônia.
A ajuda
O jornalista do Plantão Policial Paraíba e mais alguns amigos fizeram uma vaquinha e deram para Lucas os 40 reais que o assaltante levou. Mas a ajuda não parou por aí: mais pessoas começaram a ajudar Lucas e sua família, com pequenos doações em dinheiro, depositadas na conta do pai de Lucas. E também com uma vaquinha criada por Matheus, um empresário que ficou sabendo da história através de uma página do Facebook e resolveu criá-la para ajudar a família a tocar a vida e montar um pequeno comércio para que possam ter uma vida digna, o link é esse aqui.
“A maior dificuldade no momento é a falta de emprego. Mas, graças a Deus, com a repercussão da história, a gente tá recebendo ajuda. Nós estávamos numa situação bem difícil, mesmo!”, agradece Sônia.

Além do emprego para o marido, Sônia conta que os filhos precisam de roupas e calçados novos: itens que estão no final da lista de prioridades da família, tendo em vista que falta o básico, inclusive, comida. Sônia ainda precisa se virar para pagar as contas de água, energia e o aluguel da casa.
“O Lucas não ganha muito. Não cabem muitos tamboretes no carrinho [de mão]. Às vezes, ele ganha 15, 20, mas não tem um valor fixo.”

Orgulho
Lucas é apenas uma criança e os estudos deveriam ser sua única preocupação. Mas a realidade da família é dura, e Lucas prefere trabalhar debaixo de sol forte, ao invés de cruzar os braços e esperar que a mãe resolva sozinha todos os problemas. Por tudo isso, Sônia define Lucas numa só palavra: orgulho.
“Pra mim é muito gratificante ver ele fazendo isso. É um menino estudioso, com uma frequência boa. Tem as dificuldades dele na escola, como toda criança. Mas ele está sempre ali, tirando uma notinha boa. Eu só tenho a agradecer, tenho muito orgulho dele como filho! Ele sabe da dificuldade que a gente passa. Eu não queria que fosse assim, mas Deus sabe”, destaca Sônia.
Chaves também criou um grupo no WhatsApp para conectar pessoas em condições de ajudar a família, da maneira que puder. “Tem muita gente ajudando, eu não vou mentir. Graças a Deus, estamos sendo abençoados”, afirma a dona de casa. “Eu quero agradecer a todos que estão ajudando, obrigado!”, também agradece Lucas.
Você pode ajudar através da vaquinha criada para a família de Lucas na plataforma de financiamento clicando aqui
Fonte: Razoes para Acreditar