Matheus, 10 anos, sentiu um aperto no coração quando viu dois colegas no intervalo da escola olhando para a cantina e um deles comentou que nunca tinha comido uma coxinha, que pediria dinheiro à mãe para comprar o salgado “amanhã”.
O garoto estuda em uma escola pública de São Paulo e está no 5º ano. Matheus se sentiu na obrigação de dividir com os dois meninos, colegas de turma, o pacote de salgadinho que levou pra lanchar no intervalo. Mas seu coração pediu pra ele fazer mais!
Chegando em casa, Matheus foi direto pro seu quarto, sem falar muito e meio cabisbaixo. A mãe, Déborah, estranhou o comportamento e quis saber o motivo. Matheus contou a história chorando. Inclusive que prometeu aos dois colegas que compraria coxinha pra eles na cantina da escola no dia seguinte.
Portanto, ainda no caminho da escola para casa, Matheus se lembrou de uma conversa dos pais. A qual eles diziam que passariam esse mês com pouco dinheiro, por conta de contas pra pagar. Matheus então pensou que talvez não fosse o melhor momento pra pedir dinheiro aos pais para cumprir a promessa que fez aos coleguinhas. Ele estava angustiado: entendia a situação dos pais, mas queria muito cumprir sua promessa.
Fazendo as coxinhas
“Eu não poderia ficar parada com esse relato dele. Na mesma hora eu peguei uns trocados e fomos ao mercado comprar os ingredientes para fazer as coxinhas. Fizemos 40 coxinhas pra que ele pudesse oferecer não apenas para os dois coleguinhas, mas sim pra sala toda”. Disse Déborah ao Razões para Acreditar.
Déborah disse que ficou orgulhosa com o gesto do filho. Sentiu que está criando Matheus da maneira correta e, o mais importante, mostrou que ele não é melhor do que os coleguinhas: “Hoje, foi ele quem ajudou, amanhã, pode ser ele o ajudado”.
Matheus levou coxinhas pra sala inteira. Os colegas fizeram uma fila na hora do intervalo e Matheus entregou uma coxinha pra cada um. “O menino que disse que ia pedir dinheiro pra mãe falou que nunca tinha comido uma coisa tão gostosa”, contou Matheus.
Ele afirma que faria tudo de novo e que ficou emocionado: “É bom uma pessoa levar pra ele comer, pra ele não ficar com vontade”.
Fonte: Razoes Para Acreditar