Com apenas 2 anos de idade, Antônio Neto Costa, começou a “trabalhar” para realizar os próprios desejos. Os pais do garoto, residentes do município de Pauini (distante a 925 quilômetros de Manaus), não tinham condições de comprar os brinquedos pedidos por ele. O lado artístico do menino precisou falar mais alto e Antônio começou a produzir os objetos com barro.
Saindo do provável, o menino produz os brinquedos em uma “oficina” de palha localizada no quintal da sua casa. Ele chega da escola e vai logo correndo para começar a trabalhar e brincar ao mesmo tempo. Mas tudo começou muito antes dos dias atuais e de uma forma até um pouco triste.
A mãe de Antônio, a doméstica Maria do Socorro Santos, de 45 anos, lembra que enquanto trabalhava em casas, o filho ficava assistindo desenhos e montando peças de brinquedos. Um dia, ao levá-lo em um supermercado, Antônio gostou muito de um brinquedo e pediu da mãe. A resposta de Socorro foi negativa, porque não tinha condições financeiras de comprar o objeto. Depois, uma resposta arraigada com fé mudou todo o futuro do garoto.
Sem condições para comprar
“Eu sempre trabalhei muito em casas e colocava ele para assistir DVD. Desde pequeno, ele ia montando as peçinhas dos brinquedos e construindo com massinha de modelar. Certa vez, precisei levar ele em um supermercado, o meu filho pediu muito um brinquedo, mas não tinha condições de comprar. Peguei ele no braço, chorando muito, porque é muito triste o seu filho pedir uma coisa e você não ter condições de comprar”, lembra a mãe.

Ainda naquele mesmo dia, Socorro se encaminhou para uma igreja com o filho. Ao chegar no local, o pastor da denominação se aproximou e disse que a partir daquele momento Antônio não precisaria pedir mais brinquedo para ninguém.
“Quando entrei na Igreja Mundial, o pastor veio na minha direção e perguntou o motivo do meu choro. Eu contei para ele que não tinha condições de comprar o brinquedo para o meu filho. O pastor fez uma oração por mim e disse que o meu filho brincaria com o que ele quisesse”, contou, emocionada.
Socorro não sabia que a partir daquele momento, o filho de pouca idade começaria a produzir os próprios brinquedos. Como toda mãe coruja, ela se orgulha com a evolução do menino na parte artística. Atualmente, Antônio tem 12 anos.

“Desde que chegamos em casa naquele dia, o meu filho começou a fazer os brinquedos com o barro. Tenho certeza que foi Deus que abriu a mente dele. Eu como mãe me sinto muito feliz, porque desde dos 2 anos, ele começou a ter esse dom abençoado. É um dom totalmente vindo de Deus”, afirmou a mulher.
Produção
O garoto de 12 anos faz vários brinquedos com o barro, como barcos, aviões, ônibus expressos e lanchas. Tudo que encontra pela frente, ele acaba reproduzindo. “O meu filho tira o barro, processa na mão e faz a modelagem do brinquedo. Acho que ele só precisa fazer melho o acabemento, pois alguns brinquedos acabam desmoronando. Tudo é de barro, mas ele acaba acrescentando uns recortes para o avião, pintando folhas de papel e acrescentando até cobre”, explicou Socorro.
A rotina de Antônio pelo horário da manhã, é parecida com de outras crianças, pois todos os dias ele se encaminha para a escola. Mas pela parte da tarde e às vezes a noite, o menino monta os brinquedos. A mãe dele nem sabe onde colocar tantos.

“Ele vai para a escola pela parte da manhã. Quando chega em casa, vai direto para a oficina. Se tiver energia, fica até a hora que o sono chegar. Ele vai pegando o barro e montando tudo. Hoje nem tenho espaço para colocar tudo, uns brinquedos ficam no quarto dele, e outros na oficina. Alguns precisamos desmontar para reaproveitar o barro. Ele não gasta nem uma hora para fazer um”, revellou Socorro.
Futuro
Mesmo amando a área da arte, o menino já falou para mãe que quer ser piloto ou engenheiro de avião quando crescer. Por fazer tantas miniaturas de barro, o garoto ama aeronaves. “Ele me disse que quer estudar para ser piloto e engenheiro de aviões, porque ama aeronvaes. É incrível demais tudo isso, me sinto muito feliz por perceber que meu filho começou a trabalhar desde tão novo. Estava orando hoje e pedindo a Deus que ilumine o caminho dele”.

Fonte: A Critica