As histórias de resistência contra o horror nazista na Segunda Guerra Mundial são diversas e sempre muito corajosas e comoventes – mas poucas são tão peculiares quanto a resistência holandesa. Principalmente a participação de meninas adolescentes nessa força. A função do grupo de jovens moças? Seduzir os oficiais nazistas e levá-los para a floresta para, no lugar de momentos tórridos de paixão, receberem o próprio destino.

A mais famosa das jovens holandesas a participar dessa ação foi a lendária Hannie Schaft, conhecida como a garota dos cabelos vermelhos, que acabou executada nos estertores da guerra, já em 1945.
Ao seu lado, porém, resistiam também as irmãs Freedie e Truus Oversteegen. Freedie tinha 14 anos quando foi convocada para a resistência – sua irmã tinha 16 – e hoje, com 90 anos, ela se recorda perfeitamente, e se orgulha de seus feitos.


Antes de se juntarem à resistência, sua família já escondia judeus e outros perseguidos em casa. Quando a guerra enfim chegou à Holanda, foram convocadas justamente por que ninguém jamais desconfiaria que aquelas duas doces jovens poderiam fazer parte do grupo.

Freedie pensava que faria parte de um exército secreto, mas sua participação era bastante original, específica e simples: encontrar os figurões nazistas e seduzi-los a um “passeio pela floresta” – que eles evidentemente sempre aceitavam. Quando se isolavam entre as árvores, vinham os tiros, de companheiros escondidos na floresta.
Depois disso, as meninas não mais participavam; as roupas eram retiradas e os corpos eram enterrados, mas essa parte Freedie garante que nunca viu nem nunca quis ver.

Algumas figuras importantes do nazismo foram derrotadas dessa forma. Ela admite sempre ter sentido um acerta inveja de toda atenção que sua companheira Hannie Schaft teve depois da guerra. “Eu também estive na resistência”, ela afirma, em entrevista para a Vice – para em seguida se despedir para uma xícara de chá e um sanduíche.

As homenagens que recebeu no 04 de maio – fim da segunda guerra mundial, em 1945 – são, portanto, justas e importantes. Estar viva, e ter feito sua parte para que muitos outros também tenham vivido, parece o prêmio maior por sua coragem e força.


Fonte: Hypeness