Deficiente visual é impedido de embarcar em voo com cão-guia no ES

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O surfista capixaba Derek Rabelo, que é deficiente visual, disse que foi impedido de embarcar em um voo de Vitória para o Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (21), porque a companhia aérea não concordou com a presença do cão-guia dele. Ele contou que, mesmo apresentando todos os documentos exigidos, os funcionários foram irredutíveis.

Foto: Samy Ferreira/TV Gazeta

Derek disse que a viagem ao Rio de Janeiro é a trabalho e que havia comprado a passagem há mais de uma semana, mas na hora do embarque, veio a notícia de que não poderia viajar com o animal.

O surfista capixaba nasceu cego e para onde quer que ele vá o cão-guia precisa ir junto. É um direito garantido, previsto em lei.

“Cheguei com todos os documentos exigidos pela Lei 11.126. Todo o equipamento do cão guia, carteira de identidade do cão e carteira de vacinação, mas mesmo assim a Gol não deixou em embarcar. Eu acho que é discriminação, são leigos, não entendem do assunto“, disse.

Segundo o surfista, a companhia aérea exigiu um laudo do veterinário atestando que a cachorra Serena tinha condições de entrar na aeronave.

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“Nunca tive problema nenhum viajando com a Serena e nunca tive problema nenhum, já fiz outros voos domésticos com ela, com várias companhias, e nunca tive problemas“, contou.

Foto: Samy Ferreira/TV Gazeta

Depois da negativa da companhia aérea, Derek teve que procurar uma outra companhia aérea para viajar. Ele disse que pagou R$ 2 mil na passagem e o tempo de espera, que seria de cerca de uma hora e meia, se transformou em dez horas. O voo dele só sai às 18h.

Mas não foi o tempo, nem o valor gasto que incomodou o surfista capixaba, que já viajou pelo mundo todo inspirando atletas.

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“O prejuízo financeiro é menor do que o constrangimento que a gente passa. Perdi a manhã inteira, saí de casa em Guarapari às 7h. Já era para eu estar no Rio de Janeiro, eu tinha uma reunião às 11h. Por causa disso, todo o meu planejamento foi mudado”, reclamou.

O que diz a Gol

A companhia aérea Gol informou que para o embarque de clientes com cão-guia em trecho nacional é necessária a apresentação de um atestado de saúde, emitido 10 dias antes da viagem por um médico veterinário credenciado, de acordo com as exigências das autoridades sanitárias do país.

“Além disso, é obrigatória a apresentação da carteira vacinação atualizada, plaqueta e carteira de identificação, contendo nome e foto (do Cliente e do cão), nome do centro de treinamento ou do instrutor autônomo e número do CNPJ do centro ou CPF do instrutor”, diz a nota.

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A empresa ainda informou que ofereceu remarcação sem custo adicional ao surfista, a fim de possibilitar nova viagem após a emissão do documento.

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A reportagem também procurou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para explicar se a companhia tomou a atitude correta e o que Derek poderia ter feito nesse tipo de situação, mas ainda não se manifestou.

Fonte: G1
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