Jogado no lixo para encontrar a morte, Mike, um pequeno e alegre vira-latas, descobriu o amor. Adotado pela Companhia da Polícia Militar de Penha, o filhote ganhou uma cama, ração à vontade, e os cuidados que lhe haviam sido negados logo que nasceu. Agora (muito bem) protegido, ele deve ser a estrela de uma campanha de conscientização contra maus-tratos e o abandono de animais.
O comandante da Companhia, tenente Bruno Monteiro, diz que a PM já estava em busca de um mascote quando Mike apareceu, há um mês. Uma voluntária que atua no atendimento de animais abandonados o encontrou no lixo, e sugeriu que ele fosse adotado.
– Estávamos em busca de um mascote porque estamos trabalhando por uma política pública para os animais abandonados. Nos apresentaram a história do Mike e o levaram à companhia. Foi amor à primeira vista – diz.
Simpático e brincalhão, Mike não demorou a conquistar novos amigos no quartel. E fora dele também. A história do cãozinho, divulgada nas redes sociais, comoveu muita gente. Tanto, que já tem até empresa voluntária para pagar os custos de manutenção do filhote, que no início saíam do bolso dos policiais.
Mike tem acesso a todos os espaços da companhia da PM. A caminha fica na sala do comandante, mas ele também tira suas sonecas na sala de expediente. Não se incomoda nem com os momentos em que é chamado para posar para as fotos que fazem sucesso na internet. Um modelo (quase) profissional.
Trabalho lúdico
O mascote acabou de terminar o ciclo de vacinas, e logo deve ser castrado. Tenente Monteiro está avaliando para que tipo de atividades Mike será escalado. A ideia é que ajude nos programas de conscientização.
– Hoje a Polícia Militar recebe uma ligação de maus-tratos, vai ao local, faz um Termo Circunstanciado, e tem que deixar o animal lá porque não tem para onde levar. Estamos nos movimentando, com a prefeitura, para mudar isso – explica o comandante.
Monteiro diz que as atividades com Mike serão lúdicas. Ele já sabe que, para trabalhos de cão policial, Mike não tem lá muito talento:
– É brincalhão demais.
Para os policiais, a chegada do filhote representou um sopro de suavidade e leveza em uma rotina pesada. Para Mike, a chance de um recomeço. Algo que a companhia traduziu em um texto cheio de amor, publicado para anunciar sua chegada: “Adotar é um ato de amor. Uma vida precisou de ajuda. Nós o acolhemos. E cuidaremos dele e o protegeremos até o fim de seus dias”.
Fonte: NSC Total