Bosque dos Jequitibás em Campinas não terá mais animais em cativeiros

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A exposição de animais de grande porte no Bosque dos Jequitibás, em Campinas, está com os dias contados. A secretaria de Serviços Públicos, que faz a gestão da área verde, um dos principais cartões postais da cidade, informou que não haverá reposição de animais no local. Ou seja, à medida que os animais forem morrendo, eles não serão substituídos, acabando com cativeiros no parque.

A desativação será a longo prazo e deve ocorrer em até 10 anos. No local continuarão os animais que já vivem soltos, atualmente são cerca de 100. Como cotia, bicho preguiça, tatu, araras, jacu entre outros. A intenção é transformar o bosque em um santuário para os animais de pequeno porte que já vivem e se reproduzem soltos no ambiente.

Hoje o Bosque possui cerca de 200 animais em cativeiros e, segundo o secretário da pasta, Ernesto Dimas Paulella, a maior parte já está com a idade avançada e não procriam. São felinos como leão e onças, hipopótamos e macacos. Muitos chegaram com mais de 10 anos ao local.

A alteração é pedido antigo de entidades de proteção animal que atuam em Campinas, segundo Paulella. “O entendimento é que os parques, no estilo de zoológicos, já tiveram sua importância para a comunidade. Mas hoje o apelo é de não manter animais em cativeiro. Mas sim espaços de animais, como santuários ecológicos como queremos que o Bosque se torne”, afirmou o secretário.

Ele afirmou que hoje a maior parte dos frequentadores do Bosque é formada por famílias com crianças. “Entendemos o apelo que o Bosque tem na cidade, mas essa mudança será a longo prazo e aos poucos. Também iremos trabalhar o lado cultura do parque para que esse público continue a frequentá-lo”, disse.

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Cativeiros de aves

Os cativeiros que abrigam as aves também serão extintos. Hoje a área verde recebe muitos animais, na maioria aves, de apreensões da Polícia Ambiental. Lá, recebem tratamentos e a maior parte acaba ficando no local porque chegam em situações extremas, muitos com grau de deficiência avançada. Como asas e pernas quebradas e não teriam condições de sobreviver no habitat natural. “Esses animais não podem ser soltos na natureza porque dependem de alimentação que oferecemos. Com o fim do mini zoológico esses animais terão outro destino e não mais o Bosque”, explicou Paulella.

As áreas onde hoje estão os cativeiros com os animais, futuramente segundo o secretário, serão demolidas e ocupadas por vegetação.

A mudança, com a exclusão do mini zoológico do Bosque, será feita por meio de uma legislação específica que está sendo trabalhada pelo Executivo. A pasta de Serviços Públicos está trabalhando juntamente com a secretaria do Verde, em uma lei, que vai também impedir que empreendimentos do gênero venham a se instalar na cidade.

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“As duas pastas estão trabalhando nessa mudança a pedido do prefeito (Jonas Donizette). O fechamento do zoológico do Bosque é uma demanda antiga. Então estamos elaborando uma lei específica proibindo zoológicos em Campinas. Ela deve ficar pronta e ser encaminhada pelo prefeito à Câmara ainda neste primeiro semestre”. Explicou o secretário do Verde, Rogério Menezes.

Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal

Menezes afirmou também que paralelo ao processo de desativação do zoo do Bosque, a pasta está trabalhando em um projeto de uma nova sede do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (DPBEA) que será construído em uma área pública de cerca de 20 mil metros quadrados. “Os animais encaminhados pela Polícia Ambiental serão recebidos na nova sede que vai ter uma nova estrutura adequada a eles. Ainda estamos estudando as áreas para receber esse complexo que também ser sede do CRAS (Centro de Recuperação de Animais Silvestres). O que posso adiantar é que todos os servidores dessa área serão realocados para esse novo local”, explicou. Segundo o secretário, o recurso para a construção da nova sede do DPBEA terá origem do Proamb (Fundo de Recuperação, Manutenção e Preservação do Meio Ambiente).

Mudança no Estatuto 

O Executivo trabalha também em uma que vai proibir o funcionamento de estabelecimentos que mantêm cães para reprodução para fins comerciais. A lei vai alterar um artigo do Estatuto dos Animais, sancionado em 2017, que até então autorizava esse comércio, porém exigia cadastro dos criadores de animais. Com a nova lei, esse ponto do Estatuto será modificado. A intenção, segundo Menezes, é que essa lei fique pronta para votação também no primeiro semestre deste ano.

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Fonte:Olhar Animal

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